quinta-feira, 22 de março de 2012

Concurso - "Filma, não faças cenas!"

Este concurso é destinado a todos os alunos do 10º ano das escolas associadas ao EduFor envolvidas no projeto “Leituras em Linha”.
"Realiza um vídeo que tenha por tema o mundo dos livros e da leitura. Cria ou recria uma situação com base no conteúdo de uma obra literária, podendo basear-te em aspetos como a apresentação de um determinado autor, de uma obra/texto (poético, narrativo, argumentativo, crónica, …) de que tenhas gostado, de uma entrevista (real ou fantasiada a um escritor), de uma ficção filmada de propósito para o concurso, ou faz simplesmente a leitura expressiva de um texto/excerto. Podes ser sério ou socorrer-te do humor. 
Objetivos: 
• Estimular o gosto pela leitura; 
• Otimizar o uso do tablet, num contexto pedagógico-didático; 
• Promover o uso das ferramentas TIC; 
• Desenvolver as capacidades de utilização das ferramentas de manipulação e tratamento de vídeo digital; 
• Estimular a criatividade e a originalidade dos alunos."
Cartaz do concurso --»
Regulamento do concurso --»

segunda-feira, 19 de março de 2012

O homem da rua

O autor do conto o “Homem da rua” é Mia Couto nascido em Moçambique em 1954. Ele iniciou a sua carreira de escritor aos 14 anos de idade, quando publicou os seus primeiros poemas no jornal Notícias da Beira. Mais tarde iniciou os estudos superiores em medicina, tendo desistido no terceiro ano para exercer a profissão de jornalista. Tornou-se director de vários jornais. Mais tarde, voltou para a universidade onde frequentou o curso de Biologia. Hoje é considerado um dos melhores escritores moçambicanos.

“O homem da rua” é um conto que exprime a solidão que um sem-abrigo sente. O sem abrigo faz com que seja atropelado para ter companhia. A pessoa que o atropelou ofereceu-lhe dinheiro após ter passado horas e horas a fio a falar com ele e, para espanto dos leitores, o sem-abrigo não aceitou, pois o melhor que ele poderia receber era a sua companhia.
Eu achei este conto interessante porque nos dá uma lição de vida muito importante! Ensina-nos que o dinheiro não é tudo! Até podemos ter bastante dinheiro e pensarmos que não necessitamos de mais nada, mas, “O homem da rua” elucida-nos que isso não é verdade. Aquilo que realmente importa é a ajuda e a companhia das pessoas que mais precisamos: no caso do sem-abrigo, «os condutores» e, no nosso caso, a nossa família e os nossos amigos pois, por mais tolices que façamos, eles estarão sempre lá para ajudar ou simplesmente ouvir.

Sara, 10.º A (Penalva do Castelo)

Penalva do Castelo


“As velhas são o Diabo” de João de Araújo Correia

Assim que iniciei a minha leitura atenta do conto, e, à medida que a história ia rolando, apercebi-me de um iminente alerta para a crise de valores da sociedade ocidental.
Os exemplos são os do casamento interesseiro do Frederico com a senhora Aninhas, muito mais velha do que ele, e a sua relação invulgar e, embora pouco explícito nas primeiras linhas de leitura, algo problemática. No entanto, não passam de caricaturas de inúmeras relações reais, feitas e alimentadas por pessoas reais.
A ele, interessavam-lhe as propriedades da mulher, a sua predisposição para tratar da casa e afins e o respeito que iria oferecer-lhe sendo submissa. A ela, interessava-lhe a vaidade de ter um homem mais jovem, belo e ter alguém para cuidar, uma vez que não tinha filhos. O apego aos bens materiais e ao “parecer bem” são, assim, os primeiros erros éticos e morais a ser apresentados.
Com o avançar da descrição do casamento e dia-a-dia de ambos mais falhas e delitos morais são apresentados. Aninhas tratava do marido como podia e com todo o carinho que tinha para dar. Frederico vivia para o negócio, “o fito da sua vida era o negócio” e para a mulher, não sobrava espaço no seu coração. Ela não passava de “uma sócia” a quem não era retribuído o esforço feito.
A fragilidade da relação acaba por trazer mais problemas e mais erros: Aninhas desespera com a falta de carinho e atenção, torna-se paranoica com uma possível traição e Frederico sente-se preso e controlado. Quando a bolha rebenta, Aninhas acaba por assassinar a possível amante do marido, ser presa e mostrar-lhe o seu ponto de vista. A auto desculpabilização de Frederico, ainda que não seja dita explicitamente, é dedutível.
O narrador apresenta, na sua perspetiva, Aninhas como a culpada de todos os problemas do enredo. Não é tida como vítima de carência emocional ou mesmo algum tipo de violência, apenas como a causa.
Concluo, assim, com a minha interpretação, que não só se caricaturam os problemas morais e éticos da sociedade, como também a descriminação e posição da mulher como ser imperfeito e, de alguma forma, inferior ao homem e ainda o facto de, na maioria dos casos avaliarmos os factos segundo uma sinédoque: tomamos o erro de um como sendo o erro inquestionável do outro semelhante, como é percetível na última frase e no título do conto “As velhas são o Diabo!”.

Laura Sofia Soares Carvalho
Nº 7, 10º A
Agrupamento de Escolas de Penalva do Castelo

segunda-feira, 12 de março de 2012

[ESNelas]

 
«O Velho Que Morreu de Seguro», de Paulo Morgado


O narrador apresenta inicialmente um homem que deveria ser assim na realidade, mas não o é. Primeiro aborda a parte “boa da história”: ele é boa pessoa. O homem ajuda pessoas que encontra na rua e tem uma mulher bastante doente. Certo dia, vai com o seu filho às compras e acontece uma desgraça… vão parar ao hospital. Chegando a casa, o homem pressente o pior em relação à sua esposa… Conseguem imaginar o que aconteceu?
Agora a parte “má da história”: este homem, em vez de ajudar pessoas, faz-lhes ainda pior; à esposa, bastante doente, em vez de a ajudar, não, faz o contrário. Certo dia, simula a sua morte com ajuda de um gangster, arranjando uma pessoa parecida com ele… Vislumbram porque é que ele quer ajuda de um gangster? E para quê se quer ele  matar?
Sugestão: deste autor, porque não leres “Fazer”, o novo livro (irónico), de Paulo Morgado. Queres espreitar já um bocadinho do que será? [clica aqui]


                                                                  Patrícia Pereira, Nº17, 10º A

quinta-feira, 8 de março de 2012

O Conto do Nadador de Lídia Jorge



Com o projeto “Leituras em Linha” tive a oportunidade de ler um dos variados contos que constavam do tablet ao qual tive acesso durante uma semana. Escolhi ler “O Conto do Nadador”, de Lídia Jorge pertencente ao livro “Marido e outros contos” da autora.

            O conto leva-nos até às praias do Algarve durante os anos cinquenta. Cinco amigas, que estavam de férias, apaixonam-se por um nadador de toalha vermelha que diariamente as observava numa praia deserta a partir dos rochedos. Todas tentavam obter a atenção do rapaz misterioso de todas as maneiras imagináveis, até que um dia, quando uma quase se afogava, o rapaz a salvou. O nadador achou as raparigas completamente imprudentes e tratou-as mal por serem tão descaradas e atrevidas só para ter a sua atenção. Humilhadas, as amigas voltaram para o hotel onde estavam e deturparam a história para não serem julgadas.
            No meu ponto de vista, o conto é bastante cativante devido aos sentimentos que transparecem até porque na adolescência os sentimentos são vividos com real intensidade, intensidade esta que é bem realçada na história.

            Quando lemos um conto num tablet há algumas coisas das quais sentimos falta como o cheiro das páginas quando são folheadas. Concordo com os que afirmam que o mundo tem que mudar e evoluir mas para mim é impensável trocar os livros, aqueles de papel que guardamos nas estantes como troféus, por Ebooks que são muito mais impessoais.

Alexandra Ramos, nº 1, 10º A (Escolas de Mangualde)

“Um Coração Desassossegado”

Marciana, uma rapariga que se tornou mulher, mas que sempre amou secretamente o mesmo homem. Isaura, irmã de Marciana e esposa de Daniel, que é a paixão secreta de Marciana. Estas são as três personagens que protagonizam o pequeno, mas cativante conto que li, assinado por Miguel Torga.
Este é um conto de leitura fácil: curto, com vocabulário acessível e sem enredos complicados. Aliás, para os leitores mais atentos e perspicazes, não é difícil descobrir o desenlace, quase desde o início da história. Por outro lado, apesar da trama não se passar na época atual, as personagens são intemporais, sendo pessoas simples, mas com carácter forte. No entanto, o que mais me agrada em ‘Um coração desassossegado’ é a sua trama divertida e invulgar. Talvez um pouco irónica até, visto serem precisos muitos anos e o falecimento de 3 maridos e da sua irmã, para que se descubra a grande verdade sobre Marciana.
Simples e divertida, esta história consegue entreter qualquer leitor, durante, pelo menos, os 5 minutos que demora a ler, incentivando para a leitura dos restantes contos da colectânea.
Ler um autor clássico a partir de um tablet foi uma experiência inovadora e que considerei muito interessante, por, por exemplo, ser mais fácil procurar e marcar uma página da obra e a consulta de dicionários (aplicações instaladas no equipamento).
O que pensaria Torga destas modernidades?

Ana Rita Costa, nº2, 10º A
Escolas de Mangualde

domingo, 4 de março de 2012

[ESNelas]


«A aia», de Eça de Queirós

Estamos perante uma trágica história bastante interessante, com um final muito emocionante.

Um princepezinho perdeu o seu pai numa batalha, ficando a rainha sozinha com o seu pequenino. Após a morte do rei, um tio do príncipe, homem malvado e ganancioso, tinha a intenção de dominar o reino para ficar com todas as suas riquezas, e, para isso, já tem um plano! Resultará?
Os planos do tio do príncipe cruzam-se com a fidelidade da Aia dos monarcas, e a partir daqui começa a grande confusão que resultará em tragédia…

Conto que merece ser lido pela urdidura da trama e pela moralidade que encerra!

Jéssica Oliveira, nº 13, 10º A