Conta a história de uma mulher Austríaca, rica e habituada a todo o conforto, que faz uma visita à cidade de Marcala, nas Honduras, uma cidade em desenvolvimento onde nos prados nasciam espontaneamente, lindos gladíolos.
No Verão viam-se flores entre os tufos de erva, galinhas brancas, um céu muito azul e muito pó da terra seca, o que proporcionava um belo cenário, que se contrastava com a casa onde ela se encontrava.
Quando olhava á sua volta via mulheres a cuidarem dos seus filhos doentes, sem dinheiro para medicamentos nem roupas e sapatos, sem os seus maridos que tinham saído da cidade á procura de trabalho, mulheres que acordavam todos os dias às quatro da manhã, comiam unicamente tortilhas de milho que moíam à mão, apanhavam lenha para o fogão e cortavam-na em pedaços pequenos, trabalhavam arduamente no campo, iam buscar água para a família toda e á noite, remendavam a roupa junto ao fogão de lenha, porque não havia outra luz e depois de todo esse cansaço dormiam em peles de vaca, porque não haviam camas.
Já as crianças não iam á escola, porque não tinham roupas para se vestirem, tinham de trabalhar nas plantações ou costurar desde o nascer ao pôr-do-sol.
Numa tarde a mulher acompanhou uma amiga que numa organização de ajuda ao desenvolvimento, para lerem a Sagrada escritura e falarem dos problemas com as mulheres da aldeia. Aí ela conhece Inês a filha da dona da casa onde se encontravam, Inês sentou-se junto dela e colocou o seu irmão de que tomava conta, ao seu colo mostrando-se uma menina muito meiga. A mulher sorriu-lhe, mas ao olhar para a cabeça de Inês reparou que ela estava repleta de piolhos e afasta-se, senta-se numa cadeira que estava vazia.
As mulheres despedem-se com uma canção que Inês também acompanhava, e logo depois Inês aproxima-se dela e diz-lhe para a acompanhar até atrás da casa para lhe mostrar as mangas, ela trepa a árvore e segura ao mesmo tempo na camisola da mulher que servia de bolsa para as mangas. Nesse momento a mulher pede-lhe para ela a perdoar por ter tido medo dos seus piolhos e durante tanto tempo não ter reparado no seu gladíolo.
Hannelore Bürstmayr
Lene Mayer-Skumanz (org.)
Hoffentlich bald
Wien, Herder Verlag, 1986
Lene Mayer-Skumanz (org.)
Hoffentlich bald
Wien, Herder Verlag, 1986
Mónica Costa, Nº9, 10ºA
(AEPC)
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