Mia Couto

O homem gritava para que o tirassem dali.
Juntaram-se várias pessoas da aldeia, que escavaram o mais fundo possível, mas
as raízes cresciam cada vez mais e estavam cada vez mais profundas. No meio da
confusão houve alguém que era conhecedor dos planetas que disse “todas estas
raízes darão a volta ao mundo”. Então, todos desistiram de escavar. A sua
mulher já não sabia o que fazer, por isso chamou os sábios que decidiram que a
única solução seria plantar a sua cabeça na lua. E assim fizeram.

Na minha
opinião este conto demonstra a ligação de um poeta com o mundo que o rodeia.
Ele vai criando raízes com tudo o que existe à sua volta, que lhe serve de
inspiração para a escrita dos poemas.
No caso de
António Emílio Leite Couto, que para além de escritor é biólogo, nos seus
livros escreve acerca da natureza pois, ele esteve sempre ligado à natureza desde
a sua infância em Moçambique até aos dias de hoje devido à sua profissão. De
algum modo a natureza marcou a sua vida.
Eu gostei
deste conto, pois levou-me a pensar o porquê de se dizer que os poetas são
pessoas que andam com a cabeça na lua e se serão eles pessoas diferentes das outras
na maneira de ver o mundo.
Para mim
eles são apenas pessoas que têm um olhar mais pormenorizado sobre o mundo que
os rodeia e têm dificuldade em esquecer as marcas das vivências do passado.
Mónica,
10ªA (AEPC)
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