sábado, 5 de maio de 2012


Raízes

Mia Couto

“Raízes”, conta a história de um homem que adormece em cima de terra e, quando acorda, não se consegue mexer, pois tinha criado raízes. Pede ajuda à sua mulher. Esta tenta cortá-las, mas acaba por parar ao ver o sangue que saía das raízes. Estupefacta, pergunta ao seu marido se sente dor, mas ele nada sentia.
  O homem gritava para que o tirassem dali. Juntaram-se várias pessoas da aldeia, que escavaram o mais fundo possível, mas as raízes cresciam cada vez mais e estavam cada vez mais profundas. No meio da confusão houve alguém que era conhecedor dos planetas que disse “todas estas raízes darão a volta ao mundo”. Então, todos desistiram de escavar. A sua mulher já não sabia o que fazer, por isso chamou os sábios que decidiram que a única solução seria plantar a sua cabeça na lua. E assim fizeram.

 Terá sido essa a forma como nasceu o primeiro poeta.

 


 Na minha opinião este conto demonstra a ligação de um poeta com o mundo que o rodeia. Ele vai criando raízes com tudo o que existe à sua volta, que lhe serve de inspiração para a escrita dos poemas.
  No caso de António Emílio Leite Couto, que para além de escritor é biólogo, nos seus livros escreve acerca da natureza pois, ele esteve sempre ligado à natureza desde a sua infância em Moçambique até aos dias de hoje devido à sua profissão. De algum modo a natureza marcou a sua vida.

  Eu gostei deste conto, pois levou-me a pensar o porquê de se dizer que os poetas são pessoas que andam com a cabeça na lua e se serão eles pessoas diferentes das outras na maneira de ver o mundo.
   Para mim eles são apenas pessoas que têm um olhar mais pormenorizado sobre o mundo que os rodeia e têm dificuldade em esquecer as marcas das vivências do passado.       
Mónica, 10ªA (AEPC)

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